É uma oração comprometida. É um autoenriquecimento. Não é algo que é feito para agradar a alguém ou para ganhar alguma coisa. Sadhana é um processo pessoal no qual cada um acede ao seu melhor.
Yogi Bhajan
É muito comum ouvir esta palavra, Sadhana, nos espaços e nas aulas de yoga. Mas o que exatamente significa, e qual o propósito?
A palavra Sadhana significa autodisciplina – e isto não deve ser confundido pela ideia cultural de algo obrigatório, rígido ou forçado – mas sim no sentido de um treino para a mente. Tudo o que tira a mente do automático pode qualificar a sua consciência. A cada dia, a mente precisa ser limpa para que se tenha cada vez mais clareza sobre si e sobre a realidade. Por isso, a Sadhana é uma prática diária. Como tomar um banho, ou lavar os dentes, ou separar o lixo.
Uma Sadhana pode ser qualquer prática de yoga ou um exercício respiratório (pranayama). Recomendo sempre, de início, começar com uma prática simples, de tempo reduzido, e ir aumentando que a experiência evolui, orgânica e naturalmente. De nada adianta escolher uma longa Sadhana que não se adequa ao teu tempo diário disponível, ou mesmo à tua experiência prévia. Esse seria um convite do ego, que acaba frustrando a pessoa que tenta “dar um passo maior que a perna”. O Sadhana é mais sentido pela qualidade da experiência, do que na quantidade de tempo que se coloca. O que realmente torna sua prática perfeita é conexão que você constrói, sobretudo em mente e coração, com ela.
Sustentar um sadhana não é uma experiência fácil todos os dias. Há momentos de cansaço, de agitação, de desânimo; todas as emoções e justificações de pensamentos possíveis aparecem. Mas aí reside a grande cura: quando uma sadhana é sustentada, diante desses confrontos, ganhamos calibre. A cada dia conquistamos a mente. Gurudev, eminente Professor de Sat Nam Rasayan, relaciona a sadhana a uma relação duradoura, como um casamento: muitas vezes é desafiante, há momentos conflituosos e difíceis, mas ainda assim, resistimos e atravessamos as dificuldades – se isso faz sentido, se há um propósito. O sadhana precisa ter um significado pessoal, um propósito interno, que lhe encoraje a seguir em frente, passo a passo, todos os dias.
O horário ideal para o Sadhana é pela manhã, antes do dia começar: entre as 5h e as 7h da manhã. Meditar nesse horário proporciona uma limpeza do subconsciente devido à sua estimulação da glândula pineal pela luz do sol, em perfeita inclinação em relação à Terra. Esse estimulo glandular é como um néctar para a consciência, por isso o horário do amanhecer é chamado Amrit Vela, hora do néctar. Esse é o ideal, mas sim, pode realizar sua sadhana em outro horário se precisar, o primordial é fazer todo dia!
Aquele que faz sadhana constrói para si mesmo tal personalidade poderosa,
que pode conquistar qualquer coisa! Essa é a razão pela qual faço a minha própria Sadhana.
Eu a tenho feito por anos. Eu a faço mesmo agora. As pessoas perguntam-me: É um Mestre, por que faz Sadhana? Eu respondo, ‘para permanecer um Mestre’.
– Yogi Bhajan